Vivenciando a Cultura Lockton

Há algumas semanas, fui convidado para criar um texto sobre a vivência da “cultura Lockton”.
Poderia abordar o tema de várias maneiras, como por exemplo usando o grande acervo de informações institucionais que destacam nossos mais de 50 anos de história, desde o início empreendedor de Jack Lockton até nos tornarmos uma empresa com receitas acima de US$ 3 bilhões.


No entanto, optei por uma abordagem mais pessoal e reflexiva do que eu vivenciei na empresa, destacando alguns aspectos que formam a cultura da Lockton na minha opinião. Não que a história não transmita bem a nossa cultura, mas senti que repetir o que me contaram não representaria verdadeiramente a minha Lockton. Espero que quem se interessar por ler este texto - sejam clientes, colegas de longa data ou recém-chegados - possam se identificar com essa reflexão e, com o tempo, também descobrir sua própria Lockton.

Há quase 5 anos, decidi me juntar à companhia. Naquele momento, o mercado de seguros estava passando por um período de expectativa com fusões e aquisições globais. Tudo que já parecia burocrático ficou ainda mais lento e desafiador. Lá no fundo, sentia que aquelas circunstâncias abririam espaço para algo novo, algo que os clientes queriam, mesmo que alguns ainda não soubessem. A Lockton me pareceu a oportunidade de fazer parte de algo diferente, algo que não encontraria em outro lugar. Acreditei que encontraria aqui a combinação perfeita para enfrentar aquela fase do mercado com mais motivação. Fato é que eu mal podia imaginar o que estava por vir, tampouco a magnitude dos diferenciais competitivos que encontraria aqui.


Talvez eu nem seria a pessoa mais indicada para falar sobre a cultura da Lockton, afinal, há colegas na empresa com muito mais tempo de casa. Mesmo assim, sinto que compreendi o que significa fazer parte desta família. Sim, faço questão de usar a palavra “família”. Embora ainda não seja um termo tão usado por aqui ou mesmo nos novos escritórios da América Latina, “família” descreve bem as raízes da nossa cultura. Em conversas com colegas de outros países ou em eventos internos, já ouvi esse termo muitas vezes sendo usado de forma espontânea para se referir a colegas e parceiros. Lembro do dia em que pedi um documento a um colega da matriz e, como se estivesse dando uma senha de aprovação para que uma pessoa do time me enviasse, ele escreveu: “Filipe é parte da família Lockton”.

Foi nesse momento que me dei conta do real significado daquilo. Assim como em uma família, nem sempre escolhemos quem faz parte dela, mas o cuidado deve ser o fio condutor das relações. Mesmo que estejamos distantes fisicamente, há um vínculo que nos une e isso deve ser priorizado acima dos objetivos individuais.


Quando olhamos para os números da Lockton em todo o mundo, fica claro o quão notáveis têm sido nossas conquistas. No entanto, o que realmente nos destaca é o que está por trás desses números. O cuidado legítimo com nossos colegas e clientes é o que nos torna especiais. Embora falemos muito em nossas conversas com clientes sobre como combinamos o melhor das grandes corretoras globais com a expertise das corretoras especializadas, o que torna isso possível de fato é uma estratégia de longo prazo e um grupo de pessoas que compartilham de uma cultura centrada no serviço ao cliente, visão de longo prazo e autonomia para fazer o que é certo. Um bom exemplo disso para mim foi a visita ao Brasil do nosso CEO Global, Peter Clune, no início de 2023. Diferente do que esperávamos, ele dispensou apresentações sobre os números para falar sobre cultura, pessoas e clientes. Isso definitivamente reflete como chegamos até aqui e o motivo pelo qual nós consideramos verdadeiramente independentes.


Falando em independência, esse é um conceito vital para a Lockton e curiosamente incorporado à nossa identidade. Há alguns anos, quando recebemos instruções sobre a mudança da nossa marca e inclusão da frase “uncommonly independent”, muitos pensaram “por quê?”. De fato, não é fácil compreender de imediato por que uma empresa escolheria uma abordagem que vai contra a tendência minimalista de branding, evocando quase um manifesto corporativo através do uso de palavras complicadas, como se fosse um sobrenome. Mas isso é a Lockton - feita de valores, não apenas uma marca atraente ou um ticker na bolsa de valores.

Lembro-me das primeiras reuniões com clientes e prospects, ouvindo meus colegas repetirem características da Lockton como mantras corporativos: “somos a maior corretora de capital fechado”, “decidimos rápido”, “reinvestimos no negócio”, “não sofremos pressões de acionistas”, e assim por diante. Naturalmente, logo peguei o jeito e estava recitando as mesmas palavras. No entanto, para alguém que passou a vida profissional no extremo oposto, aquilo parecia um discurso de vendas. Felizmente, eu estava enganado; o tempo passou, fatos se acumularam e o que vi ao longo dos anos me mostrou a verdade por trás dessas palavras. Todas as decisões que nos trouxeram até aqui foram moldadas por uma cultura baseada na confiança nas pessoas, crença no negócio e visão de longo prazo. Não teríamos sido capazes de tamanho crescimento se fizéssemos as coisas do mesmo jeito que os outros fizeram, se tivéssemos que focar mais em nós mesmos do quem nossos clientes.


Claro, como qualquer empresa que cresceu rapidamente e enfrentou uma pandemia, ainda temos muito a evoluir, em diversas frentes. Mas, para mim o que nos destaca é a capacidade de reunir as melhores pessoas, clientes que valorizam nosso trabalho e uma cultura que nos diferencia. Quando vejo esses elementos interagindo ao longo do tempo, o futuro que vislumbro é muito promissor. A Lockton constrói sua história da maneira que acredita ser a melhor, não seguindo a cartilha do mercado de capitais ou fundos de investimento. Isso pode parecer insignificante, mas é na verdade uma das maiores demonstrações de cuidado e comprometimento com todos nós que escolhemos fugir do óbvio.

Por fim, penso ser oportuno aproveitar o momento para dar as boas-vindas a todos os clientes e colegas que se juntaram à família Lockton Brasil nos últimos meses. Obrigado por fazerem parte da minha Lockton. Juntos vamos manter essa cultura viva e ainda mais forte.