Tendências do Setor de Agronegócio para os próximos 15 anos

Estamos em um momento novo da nossa história que trará diversos impactos na forma que as pessoas consomem, em suas necessidades e na forma como as empresas produzem.

Esses impactos são chamados pelos pesquisadores de MEGA TENDÊNCIAS. São movimentos e mudanças em larga escala em termos sociais, econômicos, políticos, ambientais e tecnológicos, que se manifestam na realidade atual e influenciarão decisivamente o futuro. Separamos algumas delas que causarão impacto no Agronegócio.

Conectividade Permanente - potencializando as relações, a troca de informação 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana)

Métricas e Análise de Dados - Usar dados e ferramentas gerados pela nova conectividade permanente, relacionadas ao seu tratamento e gestão traz conhecimento para atender melhor os clientes e antever as melhores formas de gerir recursos – naturais, econômicos e financeiros a nível nacional, regional ou até pessoal – fará a diferença no sucesso empresarial.

Alimentação- Os alimentos orgânicos e a produção sustentável terá uma importância crítica na próxima década. Assim como o veganismo deixará de ser nicho e terá um mercado cada vez maior. Alimentar as pessoas de forma constante respeitando o planeta e os valores culturais de cada sociedade é um desafio que o Agronegócio não vai poder desconsiderar.

EcoSustentabilidade - Sustentabilidade é a palavra de ordem nas iniciativas empresariais e políticas que influenciam as mudanças no comportamento e ações em diversas áreas. As empresas que não incluírem esse temas nas suas estratégias sofrerão não só com sanções governamentais, como pelos consumidores finais e parceiros de negócios.

12 Tendencias para o Agro:

1) Proteína Alternativa

2) Tecnologias de detecção para segurança alimentar, qualidade e rastreabilidade de alimentos

3) Nutrigenética para nutrição personalizada

4) Prestação de serviços móveis (Waze do agricultor)

5) Big data e análises avançadas para seguros

6) IOT para transparência e rastreabilidade da cadeia de suprimentos em tempo real

7) Rastreabilidade ativada por blockchains

8) Agricultura de precisão para otimização de insumos uso da água

9) Edição de genes para aprimoramentos de sementes com várias características

10) Tecnologia de microbioma para aumentar a resiliência das culturas

11) Criando sistemas de produção de fezes

12) Geração e armazenamento de energia renovável fora da rede para acesso à eletricidade

Impacto da Disrupção na Agricultura:

Cada vez mais a tecnologia vem modificando mercados, temos vários exemplos que aconteceram só na última década, como é o caso do Iphone, Uber, Airbnb, Amazon, Netflix, Spotify.

Empresas que já foram dominantes em seus respectivos setores, como Kodak, Polaroid, Philco, Blockbuster, Nokia não foram capazes de se adaptar frente às mudanças tecnológicas e conforme a tecnologia avança, ela chacoalha cada vez mais mercados.

Precisamos estar atentos a essas movimentações e ter informação. Um ambiente baseado em informações traz oportunidades fundamentalmente disruptivas.

trazemos alguns dados de tendência para os próximos 10 a 15 anos. Se elas se tornarão realidade na escala descrita ou não depende de muitos fatores.

O fato é que, hoje, muitas empresas já estão no mercado aplicando novas tecnologias e utilizando modernos processos produtivos aliados à tecnologia para se tornar exponencial, ou seja, cujo resultado é desproporcionalmente grande, ao menos 10x maior comparado ao de seus concorrentes.

Alguns cenários parecem muito distantes da nossa realidade, mas para nos aproximar do que já está acontecendo nesse momento, trazemos alguns casos de utilização da tecnologia no mercado agro, como as empresas que estão utilizando produtos de fermentação de precisão, que é a produção de alimentos a partir de microorganismos, entre outras.

Econômicos

O custo de alimentos e outros produtos de fermentação de precisão será, no mínimo, 50% e, no máximo 80%, mais baixo do que alimentos e produtos de origem animal, o que significa menores preços e aumento da renda disponível.

  • As receitas das indústrias de carne bovina e laticínios, nos EUA, que juntos hoje, excedem U$400 bilhões, diminuirá em pelo menos 50% ate 2030 e quase 90% até 2035. As indústrias de pecuária e pesca comercial seguirão uma trajetória semelhante.

  • O volume de safra necessária para alimentar o gado, nos EUA, irá cair 50%, de 155 milhões de toneladas, em 2018, para 80 milhões até 2030. Isso significa uma perda de 50% na receita da indústria de ração de gado. Em 2018, a receita foi de US60 bilhões.

  • Grandes produtores de produtos de origem animal correm risco de colapso econômico. Países que produzem grandes quantidades de produtos animais convencionais e insumos para a pecuária, como o Brasil, onde mais de 21% do PIB vem da agricultura, sendo 7% somente de gado, são particularmente vulneráveis.

  • Até 2030, pelo menos metade da demanda por petróleo no setor da agricultura dos EUA, atualmente é cerca de 150 milhões de barris de óleo por ano, irá desaparecer, pois todas as partes da cadeia de abastecimento relacionada com o cultivo e o transporte de gado serão interrompidos.

Ambientais

Em 2035, nos EUA, 60% das terras atualmente utilizadas para a produção de gado e ração serão liberadas para outros usos. Isso equivale a 13 vezes o tamanho do estado de Iowa.

  • Se as terras liberadas fossem dedicadas ao reflorestamento e esforços fossem feitos para utilizar espécies de árvores e técnicas de plantio destinadas a maximizar o sequestro de carbono, todas as fontes atuais dos EUA de emissão de gases do efeito estufa poderiam ser compensadas até 2035.

  • Emissões de GEE*, nos EUA, proveniente da criação de gado, podem cair, aproximadamente, 60% até 2030 e, aproximadamente, 80% até 2035. Incluindo a moderna indústria de produção de alimentos, que substitui a pecuária, as emissões do setor, como um todo, diminuirão em 45% até 2030, podendo chegar a 65% em 2035.

  • O consumo de água na agropecuária cairá em 50% em 2030, em curso para 75% em 2035. Incluindo a moderna indústria de produção de alimentos, que substitui a pecuária, o consumo de água no setor irá diminuir 35%, em 2030, e até 60%, em 2035.

Sociais

  • Alimentos de mais qualidade e mais nutritivos se tornarão mais baratos e acessíveis para todos. Nos países menos desenvolvidos, em particular, o acesso às proteínas baratas terá um impacto extremamente positivo sobre a fome e nutrição, em geral.

  • Metade dos 1,2 milhões de empregos na produção de carne, laticínios e indústrias associadas, dos EUA, serão perdidas até 2030, aumentando para 90% até 2035.

  • A emergente indústria de fermentação de precisão precisará criar, pelo menos, 700 mil empregos até 2030 e até 1 milhão até 2035.

Políticos

As relações comerciais mudarão, porque a produção descentralizada de alimentos será menos restrita a condições geográficas e climáticas do que a tradicional agricultura e fazendas de gado.

  • Os principais exportadores de produtos de origem animal, como EUA, Brasil e União Europeia, perderá influência geopolítica sobre os países que dependem da importação desses produtos. Países que importam produtos de origem animal podem produzir mais facilmente esses produtos internamente, a um custo muito menor, utilizando métodos modernos de produção.

  • Grandes financiamentos de terras aráveis e outros recursos naturais não serão necessárias para liderar a ruptura, então existe a oportunidade para qualquer país capturar valor associado à uma indústria global de trilhões de dólares, decorrentes da disrupção.

Escolhas

Estamos no período mais profundo, rápido e mais importante da produção alimentar e agrícola desde a domesticação de plantas e animais há mais de 10 mil anos.

A disrupção da alimentação e agricultura é inevitável. Os produtos modernos serão mais baratos e superiores em todas as formas concebíveis – mas legisladores, investidores, empresas e sociedade civil, como um todo, têm o poder de desacelerar ou acelerar sua adoção.

As escolhas que fizermos no curto prazo terá um impacto duradouro, principalmente aquelas relacionadas ao processo de aprovação para produtos alimentícios modernos, sendo as mais críticas. Para desbloquear todo o potencial destas e outras disrupções tecnológicas, precisamos adotar uma abordagem diferente, que reflete melhor o mundo complexo, dinâmico e em rápida mudança que vivemos.