Aporte financeiro no reajuste do plano de saúde é recomendável?

Nos últimos anos, a busca da utilização do aporte financeiro como uma solução para compor o ajuste da renovação dos planos de saúde cresceu, total ou parcialmente.

Esse modelo é utilizado com mais intensidade principalmente em clientes onde existe, no desenho do plano, uma participação fixa do colaborador.

Isso acontece em decorrência da preocupação do RH em, muitas vezes, evitar o crescimento da parcela correspondente ao funcionário.

Integrado ao “pacote de reajuste”, o modelo é realizado de maneira recorrente e, em determinados casos, pode ser prejudicial ao próprio ciclo de renovações do cliente, sob a ótica de sinistralidade.

Tal fato ocorre porque a base de prêmios (mensalidades) não se equilibra o suficiente para fazer frente aos sinistros do próximo ano, gerando a necessidade de reajuste para o ano seguinte. Em tese, isso significa dizer que, se o reajuste fosse feito normalmente, o ajuste no prêmio para o ano seguinte seria menor ou, talvez, nulo.

Os aportes financeiros têm a característica de não “oxigenar” a conta para o futuro e atuar pontualmente com um efeito redutor do percentual de sinistralidade. Esse tipo de prática é recomendável tecnicamente tecnicamente somente em casos especiais, onde se sabe que o evento gerador da sinistralidade não será recorrente – exemplo: falecimento ou a demissão de um caso representativo. Dessa forma, não se corre o risco de desequilíbrio para o próximo ano.

Vale ressaltar que a prerrogativa de aporte não é condição obrigatória ou prevista em contrato e, dessa forma, é uma iniciativa comercial de ambas as partes – quando aplicada leva-se em consideração exclusivamente o item sinistralidade. O reajuste pela variação dos custos médicos hospitalares (VCMH), também conhecida como inflação médica, não é aplicável. Recomendamos que, antes de uma operação como essa, as partes envolvidas entendam sua metodologia, como serão realizadas (prazos, impostos, etc.) e, principalmente, seu efeito.

Obviamente, cada empresa tem suas necessidades especiais e, para atender uma demanda da arquitetura de budget, é preciso trilhar o caminho do aporte. Em ações, o mais importante é que a empresa tenha plena consciência dos impactos, seu funcionamento e racional de todo o processo.