A Saúde Ocupacional e a Gestão de Saúde Corporativa

Muitas vezes no passado existindo nas empresas apenas para cumprimento da legislação trabalhista, a área de saúde ocupacional atualmente tem se tornado cada vez mais importante na gestão da saúde corporativa. Com o passar dos anos, o perfil de atuação receptiva e operacional também tem dado lugar para profissionais atuantes,
analíticos, proativos e gerencialmente ativos. Essas mudanças têm alterado a forma como é feito o controle de saúde nas empresas, e permitirá a atuação cada vez mais assertiva na gestão de saúde populacional e os beneficiários do plano de saúde corporativo, com a consequente otimização da gestão da sinistralidade das apólices de
saúde.

Desde a promulgação em 08 de Junho de 1978 da Portaria MTB nº 3.214, a Norma Regulamentadora nº 4 determinou a obrigatoriedade da contratação de profissionais da área de segurança e medicina para integrar os Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), levando em consideração o tipo de atividade exercida e seu grau de risco de acordo com o número de funcionários da empresa, dentre outros regramentos. Essa obrigação fez com que as empresas se adequassem e cumprissem os preceitos da lei, focando a interação do indivíduo com suas atividades laborais, e buscando identificar e minimizar riscos que pudessem gerar adoecimento, agravos à saúde e acidentes de
trabalho, bem como a adaptação às capacidades residuais dos colaboradores com algum tipo de perda de capacidade física ou mental.

Nos últimos anos, essa atuação tem se ampliado, e o médico do trabalho tem se tornado um gestor de saúde e do cuidado. Análises críticas da utilização do benefício de saúde, auditoria de eventos, mapeamento de perfil epidemiológico e adoecimento, perfil de utilização do plano de saúde, elaboração e gestão de programas de promoção à saúde e qualidade de vida, educação em saúde dos trabalhadores, etc., são algumas das atividades que se somaram às atribuições habituais do médico do trabalho e sua equipe. Todavia, a formação médica brasileira de forma geral não abrange adequadamente temas de gestão, fato que justifica a dificuldade de alguns profissionais em lidar com estas mudanças na
atuação profissional. Médicos muito capacitados para a assistência na maior parte das vezes não possuem as ferramentas adequadas de gestão que permitam o desenvolvimento dessas atividades. Uma vez inseridos no mercado de trabalho administrativo em saúde, eles identificam essa lacuna e a consequente necessidade de ampliar seus conhecimentos, buscando por meios próprios a participação em eventos médicos, cursos, especializações, MBAs, entre outros.

Por outro lado, a necessidade de manter a sustentabilidade dos planos de saúde tem feito com que as empresas invistam em soluções tecnológicas que permitam identificar as necessidades de atuação para controle desses benefícios, bem
como programas de qualidade de vida que impactem positivamente na saúde de seus colaboradores, promovendo assim uma maior governança na gestão da sinistralidade. Nesse contexto, a Lockton tem fornecido para a sua carteira de clientes soluções cada vez mais integrativas, customizáveis e assertivas, além de buscar a melhoria contínua de seus processos, ferramentas e profissionais.

A presença de indivíduos capacitados na interface cliente e corretora permite um grande ganho na governança do benefício de saúde e na atuação sinérgica efetiva sobre os ofensores da apólice, além de permitir o desenvolvimento e acompanhamento de programas de promoção à saúde e de qualidade que visam a manutenção da sustentabilidade desse benefício em médio e longo prazo.

É fundamental que as empresas olhem para a área de saúde ocupacional como um grande aliado na gestão de saúde de sua população, incentivando o desenvolvimento de competências de seus profissionais no que tange às ferramentas necessárias para tal: sendo o seguro saúde o responsável pelo segundo maior gasto das empresas, perdendo apenas para a folha de pagamento, é essencial fomentar sua capacitação e estimular a participação ativa no acompanhamento da utilização desse benefício e de outros benefícios que possam interferir no comportamento da apólice, buscando soluções para os principais ofensores e participando no planejamento das ações de saúde, de forma que sejam players relevantes
na manutenção da sua sustentabilidade e saúde financeira.